Agora que já compreendemos um pouco sobre a composição do PRP, vamos falar sobre a sua aplicação no tratamento de uma doença chamada osteoartrite.
Pra você entender a doença:
Osteoartrite é uma doença degenerativa que vem atingindo cada vez mais pessoas devido ao envelhecimento da população. O dano nas articulações é causado por uma alteração no metabolismo normal, e o catabolismo, que é o processo de degradação de moléculas complexas, é favorecido. Com isso, a degradação no ambiente articular aumenta.
Essas alterações no catabolismo ocorrem juntamente com a inflamação da sinóvia e do fluído sinovial, que são responsáveis por lubrificar as articulações. Os tratamentos biológicos, como o uso do PRP, têm como objetivo diminuir a progressão da doença, aliviar a dor, aumentar a função e prolongar a “vida articular”.
Os efeitos do PRP no tratamento:
Alguns estudos têm induzido a osteoartrite em animais e com isso, avaliado o efeito do PRP na doença. Os animais foram sacrificados e uma biópsia de suas articulações foi feita para avaliar o colágeno (proteína que constitui a matriz extracelular da cartilagem, presente em grande quantidade) e as proteínas inflamatórias. Neste estudo, os animais que foram tratados com PRP apresentaram marcadores inflamatórios diminuídos e as características da sinóvia e do tecido condral foram mantidas, ou seja, próximas ao tecido normal.
Já um outro estudo demonstrou que tanto o PRP quanto o ácido hialurônico agem modificando o ambiente da osteoartrite de maneira parecida, mas de jeitos diferentes. Os dois favorecem o metabolismo e fazem com que os marcadores de inflamação diminuam.
Com o uso do PRP, houve uma diminuição na quantidade de metaloproteinases, que são proteínas que degradam a matriz extracelular, o que contribui para a piora do ambiente articular e da doença em si. Além disso, o PRP aumentou a quantidade de HAS-2, que é uma enzima que participa da produção do ácido hialurônico. Ou seja, os resultados mostram que o PRP age de uma forma que estimula a produção de ácido hialurônico endógeno e a diminuição do catabolismo da cartilagem. Os resultados do seu uso são bem positivos em pacientes que sofrem de OA.
Concluindo:
O uso do PRP na osteoartrite apresenta resultados bem promissores, já que ele modifica o ambiente que está danificado, com característica inflamatória e, em sua maioria, catabólico. Esse mesmo ambiente passa a ser um ambiente com menor inflamação e catabolismo, o que pode auxiliar positivamente no tratamento e na qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença.